16 de maio de 2015

Em precedente do Corinthians Boca pede para jogar 45 min restantes

  • Jogadores do River Plate sofrem com gás durante Boca x River pela Libertadores
    Jogadores do River Plate sofrem com gás durante Boca x River pela Libertadores
Eduardo Carlezzo, advogado brasileiro especializado em direito esportivo, foi contratado pelo Boca Juniors para defender o clube argentino na Conmebol. Em entrevista ao Sportv, o jurista comparou a situação atual com aquela vivida pelo Corinthians no caso Oruro há dois anos, pediu que se jogue os 45 minutos restantes do Superclássico e disse que a entidade está na dúvida.
"Se fez um apanhado e demonstrou-se que o clube tomou todas as medidas. Tinham 1.040 policiais no estádio e nas redondezas. Como nós sabemos, sempre há irresponsáveis, não só no Brasil. Eles [torcedores] tomaram uma atitude unilateral", disse Carlezzo, para em seguida contar um pouco sobre a estratégia do Boca na audiência deste sábado.
"Vimos que o ambiente era muito pesado e caminhava para uma exclusão. Argumentamos que a exclusão não era cabível. E nos baseamos em precedentes da própria Conmebol. Tem casos parecidos como o do Corinthians e o do Alianza Lima, que teve uma grande confusão generalizada, e mesmo assim a Conmebol não aplicou a exclusão", disse Carlezzo.
Na ocasião, o Corinthians foi a julgamento depois da morte do jovem Kevin Spada no jogo contra o San José, em Oruro, na Bolívia, quando a torcida alvinegra disparou um sinalizador de navio na direção do garoto, que não resistiu aos ferimentos. O clube brasileiro, no entanto, foi julgado pelo uso de artefatos pirotécnicos, algo não permitido pelo regulamento da Conmebol.
Em um primeiro momento, o clube brasileiro foi forçado a jogar de portões fechados e viu sua torcida ser proibida de comparecer a jogos da Libertadores como visitante. Meses depois, porém, o Corinthians reverteu as duas punições. O caso do Alianza Lima, a que se refere Carlezzo, aconteceu no ano passado, na Sul-Americana, quando um jogo foi paralisado seguidas vezes por arremessos de sinalizadores no gramado. O clube peruano teve de atuar em três jogos sem público no estádio.
O caso do Boca, que tem chamado a atenção da imprensa de todo o mundo, ocorreu na quinta-feira passado. Quando voltavam para o segundo tempo do Superclássico válido pelas oitavas da Libertadores, os jogadores do River foram atingidos por um gás tóxico que causou queimaduras de primeiro grau em quatro atletas. A partida foi suspensa e o clube da Bombonera pode ser excluído se for responsabilizado pelo ocorrido.
"Há uma forte pressão internacional. As condições para a punição dura estavam postas. À medida que conseguimos apresentar argumentos que eram desconhecidos dos julgadores, inclusive com o presidente assumindo a responsabilidade. Se a sentença estava sendo desenhada está havendo alguma dúvida", disse Carlezzo, indicando por que a Conmebol estaria demorando a se definir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário